"COSTUMO SOFRER UM POUQUINHO", DIZ ALINNE MORAIS SOBRE CENAS DE SEXO

 

 VITOR MORENO
DE SÃO PAULO

Lili tem na própria beleza um fardo difícil de carregar. Como encanta a todos e não pode corresponder na mesma medida, acaba passando por maus bocados em "O Astro", atualização da novela de 1977 que a Globo está exibindo na faixa das 23h.

Entre outros homens da trama, ela encantou o empresário Salomão Hayalla (Daniel Filho), mas acaba de cair de amores pelo filho dele, Márcio (Thiago Fragoso). Apesar de a primeira relação ser apenas platônica, o pai do rapaz, claro, não fica nada satisfeito em ser colocado de canto.

Intérprete da personagem, a atriz Alinne Moraes, 28, explica que Lili se aproxima de Salomão porque se sente protegida ao lado dele.

"Não tem porque nesse momento de vazio e em que ambos precisam de um colo, eles não se encontrarem para dividir essa coisa mais fraternal", conta, após oferecer um cafezinho ao repórter. "Agora, com o Márcio é paixão, é amor à primeira vista, é ligação, é muito mais calorosa a relação de homem-mulher mesmo."

Lili, que já havia sido expulsa de casa e do emprego de manicure porque o cunhado a cobiçava, também vai ser demitida do supermercado de Salomão, onde trabalha como caixa. Então, virará taxista.

A atriz diz que não precisou de laboratório para passar por todas essas funções diferentes, nem assistiu à primeira versão da obra --em que a personagem era vivida por Elizabeth Savalla-- porque "quis criar a minha Lili, do meu jeito, sem muitas influências".

Além disso, houve muitas mudanças, como admite Alcides Nogueira, que assina a nova versão ao lado de Geraldo Carneiro. "Gostamos de colocar referências atuais no texto", diz.

Uma delas foi o apelido da personagem, Angelina Jolie da Penha. A atriz diz rir das cenas, mas confessa que acha a própria boca parecida com a da americana. "Um pouco", admite.

Ela diz estar preparada para cenas de nudez que terá com seu novo par romântico. "Não tenho problema de fazer", afirma. "Mas são cenas mais delicadas, eu costumo sofrer um pouquinho."

"A gente se sente meio estranho na cena", diz. "A gente tenta chegar o mais próximo do real possível, então tem que ser o mais cuidada possível, o mais conversada possível, o mais coreografado possível, porque a gente trabalha muito com a câmera, até para esconder adesivo, tapa-sexo e tudo mais. Aí vem o computador, que dá uma ajudinha."

Em uma trama em que paira sempre a dúvida entre o real e o sobrenatural, a atriz diz não ter curiosidade a respeito do próprio futuro.

"Gosto muito das surpresas que acontecem", diz ela que, contudo, deslanchou na carreira após acrescentar, a conselho de uma numeróloga, um ene no nome.

 

Retirado da FOLHA.COM