Guilhermina Guinle é uma camaleoa. A atriz, de 36 anos, não tem problemas em mudar o visual para interpretar algum papel na TV. Ela já foi loira, morena, com cabelos compridos, encaracolados, lisos.
Atualmente no ar como a sensual Beatriz, da série “O Astro”, Guilhermina voltou a ter as madeixas longas depois de dez anos usando o cabelo curto. “Ainda estou me acostumando com o megahair. Amo cabelo curto. É mais rápido e prático. Mas para a Beatriz tem tudo a ver. Minhas roupas são muito decotadas. Esse cabelo parece que fechou o figurino, dá uma moldura para ele, para tudo”, justificou a atriz, em entrevista exclusiva ao UOL.
Guilhermina contou que também não se incomoda em protagonizar cenas picantes, como a que protagonizou no segundo capítulo da série, quando Beatriz transou com Samir Hayalla (Marco Ricca) e ela ficou com os seios de fora. “Na vida real é uma coisa, mas profissionalmente lido com isso de uma forma tranquila. Não sou do tipo de atriz de impor restrições: ‘isso eu não faço’, ‘aquilo eu não faço’. Procuro entender o contexto da cena e a importância disso para a personagem”, explicou.
A atriz – que recentemente se separou do ator Murilo Benício, com quem estava há cinco anos –, disse não ter se impressionado com os comentários na internet sobre seu corpo no dia seguinte à exibição da cena de sexo. “Quando interpretei a Maggie na minissérie ‘JK’, já tinha feito cenas picantes, em que a personagem tirava a blusa. Mas na época não tinha essa coisa de internet, Twitter”, lembrou. Questionada se posaria nua caso fosse convidada por uma revista masculina, Guilhermina foi incisiva. “Já me convidaram antes de ‘O Astro’ [risos], mas é uma coisa que não me interessa. Porque a pessoa faz por dinheiro ou por vaidade. Não tem outra razão”, argumentou ela, fazendo questão de frisar que não tem nada contra quem faz esse tipo de ensaio. “Até compro essas revistas. Estou louca para ver o novo ensaio da Adriane Galisteu [risos]. Só não gostaria de me ver numa revista dessas”, afirmou. Leia a entrevista completa com Guilhermina a seguir:
UOL – Você recebeu o convite para “O Astro” quando ainda estava em “Ti Ti Ti”. O que te fez emendar um trabalho no outro?
Guilhermina Guinle – Na realidade, foi um pouco depois do final de “Ti Ti Ti”, em março. Menos de um mês depois de acabar a novela já estava fazendo leitura para “O Astro”. Mas não tenho o menor problema em emendar trabalhos. O que mais gosto de fazer é trabalhar. Ainda mais quando vi o que era “O Astro”, um projeto com o Talma [Roberto Talma, diretor de núcleo da série]. A gente tem uma relação de carinho. Fiz minha primeira protagonista, na novela “O Direito de Nascer”, no SBT, com ele. Então quando ele me convisou, respondi: ‘quero muito fazer sim’. Fiquei empolgada com o horário diferente, o cabelo diferente, a roupa diferente [risos]. Realmente quis fazer.
UOL – A Beatriz é consultora jurídica do grupo Hayalla. Como foi o processo de preparação para a personagem? Você já tinha relação com o meio jurídico?
Guilhermina Guinle – Tivemos um trabalho intenso de leitura da sinopse, li todos os personagens para entender cada um deles, me colocar em cada situação. Fizemos muitas leituras de núcleos, discutimos, debatemos, tiramos dúvidas com o Maurinho [Mauro Mendonça Filho, diretor]. Fui descobrindo a Beatriz por dentro, o que passa pela cabeça dela, como ela enxerga a vida. Porque a partir daí você começa a ter uma ideia para construir a personagem. Essas leituras foram muito legais. E na medida em que vou recebendo os capítulos vou descobrindo como ela é.
UOL – E como você definiria a Beatriz?
Guilhermina Guinle – Ela é uma mulher de 30 anos, tem a vida dela, se tornou assessora jurídica pelo próprio esforço, é uma mulher independente, livre. Outro dia recebi uma cena dela com a Amanda [Carolina Ferraz] e comecei a questionar a índole dela. Mas depois vi que ela tem caráter, é uma mulher moderna, tem o dinheiro dela, é livre nesse sentido.
UOL – E em relação aos homens?
Guilhermina Guinle – Ela tem uma cabeça mais racional, mais masculina. Ela lida com isso com mais racionalidade. Ela não é como a Amanda, que leva as relações para o lado do romance. Ela não se envolve emocionalmente.
UOL – Você e o Marco Ricca protagonizaram uma cena de sexo picante no segundo capítulo de “O Astro”? Como você lida com essa questão de aparecer nua na TV?
Guilhermina Guinle – Acho que sempre é uma questão de postura em relação a isso e como isso é tratado profissionalmente. Na vida real é uma coisa, mas profissionalmente lido com isso de uma forma tranquila. Não sou do tipo de atriz de impor restrições: ‘isso eu não faço’, ‘aquilo eu não faço’. Procuro entender o contexto da cena e a importância disso para a personagem. O Maurinho [Mauro Mendonça Filho, diretor] me tratou com tanta delicadeza e maturidade, quis saber como eu estava me sentindo antes de gravar, conversou com o Marco, chamou os dois no camarim, antes de gravar. Tudo foi tratado com muita seriedade. Ele tirou todo mundo do estúdio. Colocou um pano preto para ficar uma salinha reservada. Teve vários cuidados. Porque é uma coisa que mexe. Não é entrar, beijar, tirar a roupa e acabou. Saber que 98 milhões de pessoas vão te assistir depois também mexe. Mas se é bacana para o personagem eu me sinto tranquila. Foco no meu lado profissional. Não sou eu, Guilhermina, me expondo.
UOL – Você se impressionou com os comentários do público no Twitter no dia seguinte após a exibição dessa cena?
Guilhermina Guinle – Já tinha feito cenas assim na minissérie “JK”, quando fiz a Maggie. Ela foi um dos primeiros personagens que tive com esse olhar mais sensual. Fiz cenas em que eu tirava a blusa. Porque ela era uma menina que vinha de Paris, que era super moderna, fumava, era sexualmente livre. Mas na época não tinha essa coisa de internet, Twitter.
UOL – Mas como você reagiu ao ler tantos elogios à cena, ao seu corpo?
Guilhermina Guinle – Não pensei muito na repercussão dessa cena. Penso no geral: ‘que bom que estou num trabalho que queria estar’. Acabei de fazer uma novela que era um sucesso. Mas “O Astro” está atiçando o público. Muita gente me fala que voltou a sentir vontade de assistir novela. É legal ver que as pessoas estão gostando e os colegas de elenco também. Outro dia a Regina Duarte falou para mim: ‘poxa, você estava tão bem naquela cena em que brigava com o Marco Ricca!’. Os colegas, atores e câmeras, estarem gostando do seu trabalho é um termômetro. Essa profissão é uma loucura, é um grande exercício a cada dia tentar fazer uma cena. Tem dia que você está triste, em outros está feliz, ou com cólica e tem que fazer. É um grande exercício mesmo. Mas é muito legal [risos].
UOL – Você tem uma tatuagem na costela, que apareceu na cena de sexo. Ela foi muito comentada pelo público. O que significa?
Guilhermina Guinle – É uma tatuagem que fiz há alguns anos no Camboja. É uma frase que adoro em inglês "For those who love, time is eternity", que significa: para os que amam, o tempo é a eternidade. Nem gosto muito de tatuagem, acho feio quando vejo uma mulher toda tatuada. Mas quando viajo, sempre faço. A primeira tatuagem que fiz foi quando tinha 24 anos, na Nova Zelândia. Tatuei um coração, pequenininho também. Nem dá para ver quando coloco vestidos decotados.
UOL – Se você fosse convidada para posar nua, aceitaria?
Guilhermina Guinle – Já me convidaram antes de “O Astro” [risos], mas é uma coisa que não me interessa. Porque a pessoa faz por dinheiro ou por vaidade. Não tem outra razão. Acho bonito aqueles ensaios como a Gisele Bündchen fez em que aparece nua, tapando o peito. É um outro contexto, outra proposta. Não tem nada a ver com revista masculina, estar pelada. Mas não tenho nada contra quem faz. Até compro essas revistas. Estou louca para ver o novo ensaio da Adriane Galisteu [risos]. Só não gostaria de me ver numa revista dessas.
Retirado do UOL ENTREVISTA
Nenhum comentário:
Postar um comentário