quarta-feira, 20 de julho de 2011

O QUE É MELHOR: SER ROMÂNTICO OU TER PEGADA?

 
 
 
Dia desses, numa divertida festa de casamento, dei uma pausa na gostosa conversa com os amigos, fui ao banheiro e aproveitei para retocar a maquiagem. Enquanto separava cores e tons, foi inevitável ouvir a conversa entre três belas moças. Deviam ter seus 20 e poucos anos, pareciam ser amigas íntimas, e falavam animadamente sobre o namorado ideal.

Entre qualidades universais e preferências particulares, uma delas foi categórica ao afirmar: “pra mim, o cara tem de ser romântico!”. Imediatamente, a segunda reagiu: “ah, não, homem romântico é muito meloso, chato. Pra mim, homem tem é que ter pegada!”. E a terceira não deixou por menos: “mas, gente, bom mesmo não é ter as duas coisas?”.

Daí em diante, as três se empolgaram e passaram a falar ao mesmo tempo, cada qual expressando sua opinião sobre o que vinha a ser romantismo, pegada e homem interessante. Saí pensando naquele assunto e considerando que realmente se tratavam de conceitos relativos. O que é ser romântico? O que é ter pegada? O que é namorado ideal? Será mesmo que existe um único modelo que satisfaça a todas as mulheres ou, neste mesmo viés, a todos os homens?

E mais do que isso, fiquei refletindo sobre a seguinte questão: quando nos interessamos por alguém, o sentimento despertado é resultado somente de conceitos preestabelecidos, como se o coração impusesse pré-requisitos para se manifestar, ou esta equação é bem mais misteriosa e complexa do que supomos?

Definir romantismo como sinônimo de chatice ou antônimo de “boa pegada” não seriam desastrosas distorções e até mesmo uma limitação injusta para tais expressões? Eu, particularmente, entendo como romantismo qualquer atitude que me faça sentir considerada, respeitada e, assim, amada. Na mesma medida, boa pegada tem a ver com alguém que toca sentindo, que sente se entregando e que se entrega para que o encontro seja verdadeiro e faça sentido aos envolvidos. E, no final das contas, também isso não seria romantismo? E para você, o que significam esses conceitos?


É verdade que sempre defendi ser bem melhor saber que tipo de relacionamento você deseja viver e com qual nível de cumplicidade e maturidade do que pular de uma relação à outra sem sequer ponderar suas escolhas e seu comportamento. Entretanto, note que isso é bem diferente do que estabelecer adjetivos que uma pessoa deve apresentar para ser aceita por você. Isso seria preconceito e diminuiria muitíssimo as chances de conhecer pretendentes maravilhosos.

Cuidado! Não deixe que conceitos inflexíveis – geralmente limitantes e distorcidos – sirvam mais como dificultadores, impedimentos ou obstáculos do que como guias que te conduzam a encontros que podem ser empolgantes e inesquecíveis. Saiba sim o que você quer, mas não necessariamente quem você quer, como se pessoas fossem carros com marca, modelo, ano e acessórios que o proprietário define.

“Aquela pessoa” e o relacionamento ideal são, sobretudo, resultado de uma combinação entre o que você e ela sentem e fazem, acrescidos de uma pitada de magia e do“inexplicável”. E nesta receita, felizmente, os conceitos são o que menos importa, porque nosso coração costuma trabalhar sob uma ética muito mais refinada e evoluída do que nossa mente. 
 
 
TEXTO ESCRITO POR ROSANA BRAGA, JORNALISTA E CONSULTORA DE RELACIONAMENTO E COMUNICAÇÃO. RETIRADO DO PARPERFEIRO.COM

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